Instituto Pensar - BTG Pactual volta ao noticiário e pode intermediar a compra da Globo pela J

BTG Pactual volta ao noticiário e pode intermediar a compra da Globo pela J&F

por: Iara Vidal 


Foto: Reprodução

Rumores apontam que o BTG Pactual estaria intermediando a compra do Grupo Globo pela holding J&F. Embora os três envolvidos tenham negado oficialmente a informação, a possibilidade foi noticiada por veículos de imprensa e repercutiu nas redes sociais. Caso se concretize, a operação envolverá cifras bilionárias. 

Informações não oficiais dão como certo o interesse da J&F, que estaria disposta a pagar R$ 25 bilhões pela emissora de TV, jornais, emissoras de rádio e plataformas de streaming do Grupo Globo. A cifra não espanta e poderia até crescer em "alguns bilhões? caso o preço venha a ser um empecilho para a conclusão do negócio.

Uma das razões pelas quais o martelo não teria sido batido, pelo menos por enquanto, seria o interesse da família Marinho, controladora da Globo, em manter sua autoridade sobre a área de jornalismo do grupo. Pelo menos até o desfecho das eleições de 2022.

J&F tentou comprar outros veículos de comunicação 

Líder mundial em produção de proteína animal, a J&F ? empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista ? tem um faturamento anual superior a R$ 200 bilhões. O interesse da família Batista por uma posição que lhe garanta influência na mídia não é uma novidade. 

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Em 2014, Joesley Batista chegou a avançar nas negociações para a compra do jornal O Estado de S. Paulo e dos Diários Associados. Na época, ele também fez uma proposta formal para compra do SBT, do empresário Sílvio Santos. Nenhuma das tentativas foi adiante. 

A J&F é controladora do Frigorífico JBS ? empresa de capital aberto com ações negociadas em bolsa. Para evitar sanções administrativas e, eventualmente, multas milionárias, um negócio desse porte precisa obedecer a alguns procedimentos padronizados antes de se tornar público. 

A holding, caso a operação não seja um rumor, deve, inicialmente, comunicar com antecedência à Comissão de Valores Mobiliários e gerar uma informação de "Fato Relevante? ao mercado. Além disso, o fato de alguns negócios estarem ligados a concessões públicas exigiria uma aprovação prévia do governo federal antes da venda ser concluída.

BTG Pactual quer influência da área de comunicação

A possível presença no negócio do BTG Pactual, de André Esteves, a princípio apenas como intermediário da transação, reforça a possibilidade do negócio. Esteves tem interesse especial pela comunicação e pelo prestígio e poder de influência que, em sua visão, a mídia confere aos empresários do setor. 

O interesse de Esteves teria aumentado depois de janeiro de 2015, quando foi preso, acusado de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Nenhuma das acusações contra ele se confirmaram e o caso chegou a ser mencionado pelo ministro Gilmar Mendes no plenário do Superior Tribunal Federal (STF) como uma injustiça cometida contra o banqueiro e seus negócios.

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Em março de 2019, livre de todas as acusações, Esteves adquiriu a revista Exame, título de economia e negócios da Editora Abril. O banco também financiou a compra da Veja e de outras revistas da Abril, que entrou em declínio depois da morte de seu presidente, Roberto Civita, pelo empresário Fábio Carvalho. No mercado, é voz corrente que Carvalho agiu em nome de Esteves ? idealizador da operação.

Outro aspecto chama atenção nesse episódio. Habituado no passado a intermediar operações financeiras vultosas, o BTG Pactual sempre teve os olhos voltados para a área de mídia eletrônica. No mês passado, a operadora Oi assinou com o banco de Esteves e com a Globonet um acordo que lhes assegura exclusividade na condução da venda de suas operações de fibra óptica, reunidas na empresa InfraCo. O valor mínimo do negócio seria de R$ 20 bilhões.

Caso se confirme, a compra da Globo pela J&S representaria o retorno triunfal do BTG Pactual ao mercado de fusões e aquisições, no qual ele foi especialmente ativo entre 2009 e 2017. 

Com informações de O Dia




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